~*~GWRAGEDD ANNWN~*~

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AS GWRAGEDD ANNWN

 

De todos os contos de fadas populares de Gales, o que tem tido maior difusão e uma vida mais longa é das Donzelas do Lago que, alguma que outra, vez, se apoderam dos mortais para torná-los seus maridos.

Existem muitas fadas sinistras na tradição galesa, porém essas fadas aquáticas não se encontram entre elas, pois são muito belas e desejáveis, porém não são sereias nem ondinas.

John Rhys dedica um capítulo de "Celtic Dolk-Lore (Capítulo I)" paras elas. A mais conhecida e mais antiga das histórias relativas a Gwragedd Annwn é a do relato da dama de Llyn y Fan Fach, um pequeno e lindo lago próximo das "Black Mountains".

Sucedeu-se no século XII em uma fazenda em Blaensawde, perto de Mydfai, com uma viúva, que mandava o único filho a milhas de distância vale acima para pastorear suas vacas as margens de Llyn y Fan Fach. Um dia viu uma encantadora criatura que remava de um lado para outro em um pequeno barco dourado sobre a superfície do lago. No mesmo instante apaixonou-se por ela e ofereceu o pão que havia trazido para comida de seu almoço.

Ela olhou bondosamente para ele, mas respondeu:

-" Teu pão está muito duro", e submergiu no lago.

O jovem voltou para casa e contou para a mãe o ocorrido. A mãe simpatizou com ela e no dia seguinte deu ao filho, para levar consigo, uma massa não cosida que ele ofereceu a fada, porém ela não aceitou dizendo que estava muito branca e desapareceu de novo.

Ao terceiro, sua mãe lhe entregou um pão ligeiramente tostado. Esse foi muito bem aceito, pois do lago surgiram três figuras: um ancião de porte nobre e majestoso que tinha de cada lado uma de suas lindas filhas, as duas, gêmeas idênticas. O ancião falou ao rapaz que se separaria de bom grado da filha, a qual ele havia se apaixonado, se fosse capaz de indicá-la.

As damas feéricas eram parecidas como as gotas da água, e o jovem fazendeiro havia abandonado a eleição desesperado se uma delas não houvesse movido ligeiramente o pé, com o que ele pode reconhecer o característico cordão de sua sandália e elegê-la corretamente.

O pai pediu como dote a filha tantas vacas quanto pudesse contar de uma só vez, e ela contou depressa. Porém advertiu a seu futuro marido que devia tratá-la bem e que a perderia a  bela esposa se chegasse a bater nela por três vezes, sem motivo.

A fada e o rapaz mortal casaram-se e foram muito felizes, tiveram três belos filhos, porém  ela mantinha estranhos costumes: podia chorar quando os demais se alegravam, como nos casamentos, ou rir e cantar quando os demais estavam tristes, como no funeral de uma criança, e essas peculiaridades foram a causa para que o marido a reprendesse por três vezes, com uma palmada amorosa, que foi o suficiente para constituir uma violação do Tabu, por isso ela se viu obrigada a abandoná-lo.

Entretanto, não levou seus três filhos, mas os visitou e lhes ensinou profundos segredos da medicina, com os quais se converteram nos famosos médicos de Mydfai e esta capacidade perdurou na família até que se extinguiu no  século XIX.

Rhy reproduz esse conto de "The Physicians of Mydfai", de "Rees of Tonn", porém também incluiu variações do mesmo procedentes de coleções orais, adicionando novos detalhes em algumas versões, embora alguns eram rudimentais. Wirt Sikes, em "British Goblins", conta a mesma história com considerável detalhe, porém sem dar sua fonte, coisa que já faz Rhys. Em todos os relatos o tabu acaba sendo violado e a fada desaparece.

Existe também a lenda da existência uma cidade submersa, no lago de nossa história, que é o lar das Gwragedd Annwn. Há relatos de pessoas que afirmam terem vistos torres abaixo da superfície  da água e haver ouvido o repicar de sinos.

Em outros tempos, dizia-se que todas as manhãs do dia do Ano Novo, podia ver-se uma porta aberta em uma rocha próxima a um lago de Gales e os que se atreviam a entrar chegavam a uma passagem secreta que lhes conduzia a uma pequena ilha situada no meio do lago. Ali encontravam um lindo jardim habitado pelas Gwragged Annwn, que recebiam seus hóspedes, oferecendo-lhes todo o gênero de frutas e flores e deleitando-lhes com uma suave música.

As fadas revelavam aos seus visitantes assombrosos segredos e os convidavam a permanecerem ali todo o tempo que desejassem. Entretanto, lhes advertiam de que a ilha era sagrada e que dela nada podiam levar.

Sucedeu um dia que um visitante do mágico jardim guardou em seu bolso uma flor que haviam lhe oferecido, pensando que lhe daria sorte. Porém, no momento em que tocou novamente a terra "profana", desapareceu a flor e caiu ao solo inconsciente. Os demais hóspedes da terra encantada, elas se despediram com sua habitual cortesia, porém desde aquele dia a porta que levava a tão belo jardim se fechou para sempre.

QUEM SÃO ELAS?

As Gwragedd Annwn, como podemos constatar, são seres feéricos marinhos femininos que moram embaixo dos lagos das Montanhas Negras de Gales e  consideradas muito sedutoras. Possuem grande beleza e em ocasiões especiais abandonam as águas para unir-se a maridos mortais, levando como dote manadas de vacas duendes. Jamais devem ser tocadas por 3 vezes, pois de outro modo retornam ao lago, levando consigo seu gado.

Dizem que é muito difícil vê-las, pois a qualquer ruído, desaparecem na água. Elas possuem também, um enorme conhecimento sobre ervas medicinais.

Aqueles que tiveram a sorte de encontrar-se com uma Donzela do Lago, contam que as viram sentadas em uma rocha enquanto penteavam seus cabelos, ou tomando raios da lua cheia nas margens do lago, ou ainda, brincando tranqüilamente entre suas águas. Se algo lhes chamou sua atenção foi sua pele, suave e delicada, quase transparente; seu rosto lindo e seus olhos verdes e cativadores; seu inigualável cabelo dourado. E quanto ao comportamento delas, destaca-se seu espírito pacífico e bondoso, sua doçura e seu desejo de manter contato com o homem.

Uma lenda afirma que as Donzelas do Lago foram antigamente mulheres mortais, convertidas em duendes por São Patrício quando regressou para uma visita a Grã-Bretanha. Várias antigas famílias galesas afirmam descender das Gwragedd Annwn.

Entre as lendas arturianas há o relato de uma Dama do Lago, confira no link: http://www.rosanevolpatto.trd.br/damadolago.html

MERLIN E VIVIANA

Em "A Morte de Arthur", Thomas Mallory chamou a Dama do Lago Nimue, porém outros a denominavam de Vivienne ou Viviana. Era filha de Dione e afilhada da Deusa Diana. Merlin a viu dançar no bosque e se apaixonou por ela. Aproveitando-se do amor que sentia por ela, convenceu Merlin à ensinar-lhe todos os seus segredos mágicos, enquanto o manteve prisioneiro em seu castelo encantado (alguns dizem que é em uma gruta ou um túmulo).

À primeira vista, parece que esse relato possa ser um ato de traição, porém possui um significado muito profundo. Nas tradições celtas, se afirma que o iniciado ou o poeta passa algum tempo em um castelo de vidro ou em espiral com a finalidade de chegar a conhecer os segredos da vida e da morte que guarda a Deusa.

CONECTANDO-SE COM A DONZELA DO LAGO

As fadas aquáticas possuem muitos poderes, porém o maior de todos é o dom de curar a mente, o corpo e o espírito. Prepare-se para empreender uma viagem ao reino da Donzela do Lago:

Relaxe e se acomode confortavelmente sentada ou deitada. Respire profundamente por 3 vezes e tente esvaziar a mente. Em seguida, visualize-se passeando nas margens de um belo lago bem afastado da cidade. Perceba o som da água à bater na margem. Uma pequena agitação começará na superfície da água e emergirá uma bela fada. Ela abrirá os braços, convidando-a para que penetres no lago. Podes avançar sem medo até alcançar suas mãos e juntas irão submergir.

Não te surpreendas que és capaz de respirar dentro da água com a mesma facilidade como o fazes com o ar. Desfrute do prazer e da sensação que é mover-se nas profundezas entre bandos de peixes de água doce.

A Dama do Lago te conduzirá até uma caverna submersa. Nade até emergir na superfície de uma gruta. Quando saíres da água, terá consciência de estar penetrando em um ambiente acolhedor e sereno.

A gruta está revestida por inúmeros cristais naturais que parecem brilhar dotados de uma luz interior. Sobre uma superfície de quartzo branco se encontra uma espada resplandecente, o tesouro que a Dama guarda como legítima dona.

No centro da gruta há uma fonte de água pura e espumante. Vá até ela e bebas alguns goles. Ela é fria e límpida. Perceberás que ela purificará teu corpo. Deixa-te envolver com a sensação de sentir-se leve, pois todas as impurezas foram limpas e deixe então, teu corpo cair no solo arenoso da gruta.

A Dama baterá com a mão em um muro de cristal e te avisará que pouco a pouco as paredes que te rodeiam começarão a zumbir. Seu tom se eleva até que parecem vibrar e cantar. Notarás que essa vibração lavará teu corpo como água cálida. Penetram em ti e te armazena de uma energia curativa. Te sentirás completa, inteiramente tu mesma.

Depois de absorver energia suficiente, deixe que essa cena se esfumace em torno de ti e volte a tua consciência abrindo os olhos.

Seja Bem-vinda!

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO

Bibliografia consultada:

Hadas - Brian Fond y Alan Lee

Hadas y Elfos - Édouard Brasey

Diccionario de las Hadas - Katharine Briggs

Diccionario Espasa - J. Felipe Alonso

El Anillo de las Hadas - Anna Franklin

El Gran Libro de las Hadas - Alejandra Ramírez Zarzuela

La Mujer Celta - Jean Markale