Lenda Agaiba e a Torre de Babel

Filha de Sarapó, a velha rendeira, com o semi-deus Guajupiá, Agaiba era também sobrinha da grande feiticeira Taguaiba, irmã de Acatú, o belo deus. Ainda era, neta da divina Jururá-Açu, deusa que juntamente com as sacras Parajás, comanda as chuvas e o orvalho.

 

Um dia, estava Agaiba junto da bela praia de Timbáu. Segundo uma lenda, nesta praia vivia o famoso guerreiro Canindo da tribo dos Cariris. Colhia a virgem as belas itãs bivalves que o lendário rio Guajú, atira naquela linda praia, pelos direcionados Polo, deus das ventanias, das rajadas e dos ventos brandos e tempestuosos.

 

Neste momento, Xandoré, o demônio do mal e do ódio, sussurrou nos ouvidos da doce guerreira que, tendo ela, toda sua procedência divina, poderia perfeitamente chegar ao sacro Ibiapaba, bastava-lhe que reunisse na montanha Cuité, todos os bravos guerreiros de todas as tribos e lá então construíssem uma alta torre. Então imediatamente, mandou convidar através de emissários especiais, todas as nações deste do extremo norte do litoral brasileiro, até as barras do lendário Chuí, localizado do extremos sul.

 

Responderam ao seu chamado, famosos guerreiros, lindas e valentes guerreiras, poderosos pajés e muitos morubixabas destemidos. Na famosa Cairú, junto as terras das verdes jutas, Agaiba os recebeu com festas, que duraram três dias e Três noites com o acompanhamento de suaves músicas, danças e cânticos sagrados. Depois de tanto festejo, Agaiba conduziu a todos para a montanha do Cuité, onde dá início a sua soberba obra de engenharia, que se constituiria em uma torre de pedras, barro, troncos do férreo ubiratã, para poderem assim, alcançar os céus de Tupã. Porém, o sacro deus e Senhor dos Deuses, ficou muito aborrecido com semelhante audçia e descendo do divino Ibiapaba em companhia de Caramurú, deus dos raios, destruiu totalmente a construção dos mortais, matou com uma labareda divina, a soberba Agaiba e confundiu a língua dos guerreiros, de tal modo, que ninguém mais se entendia. Assim, se espalharam os guerreiros por toda a terra, dando origem as várias nações de língua travada.

 

Então, de um só tronco, nasceram os dois maiores grupos de guerreiros, os Tupis e os Guaranis, além de outros grupos menores que foram os Tapuias, os Caraibas e outros. E assim, Tupã castigou o orgulho dos mortais e o nome Agaiba, ficou sendo o sinônimo de maldade por muitos e muitos anos, entre as tribos e entre guerreiros e guerreiras.

 

 

A TORRE DE BABEL CONTEMPORÂNEA

 

O ser humano, possui a tendência natural de defender-se e conseguir satisfazer suas necessidades através da dominação. O âmbito do domínio parte do individual, como no caso do nosso texto, até chegar ao grupal. Assim nasceram as poderosas nações que dominavam as outras mais débeis, com as quais formam "Impérios", máxima expressão do domínio social.

A narrativa da Torre de Babel Indígena nos conecta ao seu relato bíblico, onde também se fala na divisão de línguas e idiomas. Dizia-se que naquele tempo, toda a terra era um único lábio e uma só boca. Isto, representa afirmar, que entre os povos havia unidade governamental e política. Era óbvio, que com toda esta força conquistada, também foi crescendo igualmente, o interesse em captar a força religiosa para o seu próprio benefício, ou até mesmo ter a pretensão de tornar-se parte dela.

 

Assim, os povos que tinham uma só boca, tornaram-se orgulhosos e hostis. E, Deus(Tupã) viu-se obrigado a confundir-lhes as línguas. Tal feito serviria para desbaratar seus planos e destruir a unidade opressora lograda a base da injustiça.

 

Torres caídas, são símbolos na nossa história e quando são postas abaixo, como as as torres gêmeas TWC dos EUA, o mundo submerge em completa angústia. Tais eventos nos suscitam perguntas tais como: Prevalecerá o mal sobre o bem?

 

Segundo alguns, as torres gêmeas foram construídas por soberbos e destruídas por demônios. A implosão terrorista delas, com certeza possuía o mesmo objetivo da nossa lenda: deitar sob escombros a soberania de uma nação.

 

               

Texto pesquisado e desenvolvido por Rosane Volpatto

 

 

 

 

 

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