O OLIMPO INDÍGENA

No início, criou Tupã os
céus, o espaço ilimitado, os mundos habitados, a terra, os mares e os abismos
eternos. Tudo era envolto em névoa tenebrosa e fria.
Por este tempo travou-se
no elevado céu, a grande e feroz batalha entre o BEM (Tupã) e o MAL (Anhangá).
Então, saiu o poderoso senhor da eternidade a combater juntamente com outros
deuses contra o cruel senhor da morte. Tupã alcançou a vitória e lançou o
terrível inimigo nas profundezas da terra. Com o impiedoso Anhangá, foram também
lançados nos mundos subterrâneos: Jurupari que ficou sendo o mensageiro do
deus cruel; Ticê, que se tornou esposa do senhor das trevas; Xandoré (ave
falconídea), o deus do ódio; Caramurú e Boto; Abaçaí e Guandirô e muitos
angás também foram atirados nos infernos.
Um dia Tupã, o poderoso
deus, desceu até o centro da Brasília Terra e fez nascer as flores, os frutos,
as grandes florestas, os rios e os mares, os répteis, os animais e os homens
mortais, com espírito imortal. Neste trabalho, o sábio deus foi auxiliado por
Sumá (deusa da agricultura) e por Icatú (deus da beleza).
Santificou também o monte
Araçatuba que ficou sendo a morada das divinas Parajás. E, em seguida, dividiu
o universo em três partes: Os Céus, a Terra e os Infernos.
A Terra também foi
dividida em quatro partes: a Terra propriamente dita, os Mares, os Rios e as
Florestas.
Para cada uma destas divisões
foram designados deuses. Mas era Tupã que orientava, fiscalizava e exercia o
domínio do universo.

DEUSES DOS CÉUS
Os deuses dos céus são:
Peurê, Catú, Mutim e Nháa;
Jaci (deusa da Lua),
Rainha da Noite e dos homens, que
foi esposa de Tupã;
Anhum (deus da música), o
deus melodioso que tocava divinamente o sacro Taré;
Caramuru, o deus dragão,
que podia ser tanto bom quanto cruel, era o deus que presidia as ondas revoltas
dos grandes oceanos;
Rudá, o deus do amor;
Tambatajá (um deus de
amor e protetor de todos os perigos);
Polo, o deus dos ventos e
mensageiro de Tupã;
Sumá, foi ela que ensinou
a arte da agricultura aos tupis;
Caupé, deusa da beleza,
Afrodite-indígena;
Jururá-Açú, conta uma
lenda, que por ter libertado o deus infernal, tornou-se a única deusa que podia
entrar e sair livremente dos infernos. Tupã castigou esta linda deusa
transformando-a em uma tartaruga;
Tainacam, a deusa das
Constelações;

DEUSES DA TERRA
Caapora, deus guardião dos
animais;
Catú, o deus outonal;
Mutin, o deus da primavera;
Peurê, o senhor do verão;
Nhará, que preside o inverno;
Guaipira, a deusa da história;
Picê, a deusa da poesia;
Biaça, a deusa da astronomia;
Açutí, a deusa da escrita;
Arapé, a deusa da dança;
Graçaí, a deusa da eloqüência;
Piná, a deusa da simpatia;
Parajás, deusas da honra, do bem e
da justiça;
Aruanã, o deus da alegria e
protetor dos Carajás.

DEUSES DO INFERNO
Anhangá, deus das trevas, deidade
suprema dos Infernos;
Ticê, esposa de Anhangá;
Guandirô, era o deus da noite, que
bebia o sangue dos homens;
Xandoré, deus do ódio, lançador
de raios, relâmpagos e trovões;
Tiriricas, deusas do ódio;
Pirarucú, o deus do mal que mora
no fundo das águas. Conta-se que ele casou com Yara e dessa união nasceram
vários monstros;

DEUSES DAS ÁGUAS SALGADAS E DOCES
Boto, deus dos abismos e dos mares.
Ele era um deus violento e irritável, não somente agita às águas, mas
também manda dos abismos dos mares, terríveis monstros que atormentam os
homens, contudo era também, o protetor das aleegres e felizes viagens fluviais
ou marítimas. No fundo do grande rio, que era o Amazonas estava o seu palácio,
a sagrada Loca;
Yara, a deusa dos serenos lagos;
As formosas Juruás;
A lendária nereida Açaí.
O Monte Iiapaba para os Tupis, era
sinônimo de céu, onde os deuses julgavam a alma dos mortos.

DEUSES DAS FLORESTAS
Curupira, deus protetor das matas;
Abeguar, deus do vôo;
Saci, o deus negro que vivia sempre
alegre e outros semideuses de segunda ordem comandados pela encantadora Araci, a
deusa da aurora e das madrugadas. Foi ela que fez nascer o lendário Juazeiro.

Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto


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