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ÍNDIOS TUPINAMBÁS

O português do século das Descobertas era de aspereza independente, de tempera rija e coração duro. Ás suas prescrições penais, não cabia o sentimento de piedade. O sofrimento alheio não lhe comovia, nem lhe causavam aversão as cenas de penar. Crueldades, que hoje envilecem um caráter, naquele tempo eram sem significação. Os aventureiros atirados sobre as plagas destas terras longínquas, não se subordinavam às leis que regem e guiam o homem de uma sociedade.  Uma vez aqui, nesta natureza virgem, eles se manifestaram de acordo com seus sentimentos mais egoístas e indisciplinados. Achavam que não podiam respeitar a gente que consideravam bárbara, indigna da consideração cristã e passíveis de escravidão.

 

 Talvez também, porque não carregassem ouro, nem riquezas em seu poder, ou porque os índios não desenvolviam nenhuma atividade que pudesse interessar aos povos cobiçosos que saíram à conquista do mundo. Por estes e tantos outros motivos, o índio no início do século XVI, foi combatido implacavelmente, resultando deste choque o desaparecimento de tribos inteiras, enquanto outros penetravam pelos sertões, fugindo das armas assassinas dos portugueses.

 

As tribos que permaneceram no litoral, forçosamente teve de se adaptar ao invasor, foram então dominados e prejudicados com a perda das conquistas do espírito e destituídos de seus bens materiais. Passaram a viver à sombra do povo conquistador, sombras de um colorido tão acentuado que, muitas vezes, marcavam em seu próprio perfil a silhueta dos dominadores. 

 

E assim, prossegue através dos tempos as relações entre índios e o homem brancos....

Parece, que para nós, que nos interessamos pela Solução do Problema do Indígena Brasileiro, é conveniente reavivarmos um pouco a sua história...

 

TUPINAMBÁS

 

 

O termo tupinambás é empregado neste trabalho para designar o conjunto de grupos tribais descritos sob este nome nas fontes compulsadas. Assim, estão compreendidos neste estudo os grupos tribais Tupi que, na época da colonização do Brasil, entraram em contato com os homens brancos no Rio de Janeiro e na Bahia, e os grupos tribais Tupis que depois povoaram o Maranhão, o Pará e a Ilha dos Tupinambarana. Todos as tribos Tupis constituíam ramos de um mesmo tronco comem e provavelmente tiveram um mesmo centro de dispersão.

 

 

 

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL

 

 

As tribos sob o nome de Tupinambás ocuparam do século XVI ao século XVIII, regiões situadas tanto no Brasil meridional, como no Brasil setentrional.

 

TUPINAMBÁS NO RIO DE JANEIRO

 

Os Tupinambás que habitavam esta região, exerciam domínio sobre amplos territórios. Não há concordância absoluta quanto à extensão da área costeira que ocupavam. Alguns historiadores informam que seria cinqüenta léguas da costa, do Cabo de São Tomé até Angra dos Reis. Contudo, Anchieta que conheceu intimamente a região, situava os dois limites em Cabo Frio e São Sebastião. Outros pesquisadores admitem que suas povoações se estendiam de Ubatuba a Cabo Frio. Também se concebia que dominavam uma região de vinte e oito milhas de comprimento ao longo do rio Paraíba.

 

Os Tupinambás tinahm fronteiras com outras tribos, com as quais viviam continuamente em guerra:

 

Ao norte: Goitacás

Ao sul: Tupiniquins

No interior: fronteiras com os Carijós, Maracajás e os Guainás. Os Maracajás foram atacados diversas vezes pelos tupinambás e forma praticamente exterminados.

 

NA BAHIA

 

Quando os portugueses iniciaram a colonização na Bahia, os Tupinambás dominavam extensas áreas desta região. Toda a zona costeira do São Francisco até junto dos Ilhéus estava sujeita ao domínio de tribos locais. Também dominavam o interior, pela margem direita do São Francisco e alguns territórios situados ao longo do rio. Mas há diga que os Tupinambás eram senhores de ambas adjacências do rio São Francisco.

 

Os Tupinambás aqui, tinham fronteiras com tribos inimigas:

Ao norte: Caetés e os Potiguares, pelo lado do rio São Francisco

Ao sul: ficavam os Tupiniquins e posteriormente os Aimorés, que subiam o litoral em direção ao norte, vindos do rio Caravelas.

Pelo sertão: os Tupina e diversas tribos Tapuias. A relação dos Tupinambás com estes grupos era belicosa.

 

Os índios que ficaram vivendo entre os brancos, no litoral sofreram um processo letal de amplas proporções. Na Bahia, os jesuítas chegaram a contar com mais de 40.000 índios cristãos. Em 1585, estavam reduzidos a 10.000. As três quartas partes restantes distribuíram-se por itens diversos: falecidos, foragidos ou escravos dos colonos. Em resumo, nos fins do século XVI e começo do Século XVII, era muito pequeno o contingente de Tupinambás na Bahia.

 

NO MARANHÃO E PARÁ

 

Os índios Tupis que povoaram estes territórios procediam provavelmente da Bahia e Pernambuco. Tiveram contato com os portugueses e adquiriram um conhecimento íntimo do processo da colonização portuguesa. As migrações ocorreram em ondas sucessivas depois de 1562. Primeiro o movimento caminhou para o interior e depois tomou a direção do norte, detendo-se na foz do Amazonas. Delas participaram principalmente os índios Caetés e Tupinembás, assim como também os Potiguares. No Maranhão e no Pará continuaram em grande parte solidários. Com exceção dos que povoaram a região da serra de  Ibiapaba, os demais conservaram-se aliados e amigos. Contudo, não se pode dizer o mesmo quanto à ligação destes grupos locais com os Caetés.

 

NA ILHA DE TUPINAMBARANAS

 

A fixação das tribos Tupi na Ilha de Tupinambarana parece ter ocorrido ao mesmo tempo que o povoamento do Maranhão e do Pará. Os moradores da ilha de Tupinambara eram índios que fugiram do rigor com que os portugueses o subjugavam. O movimento migratório teria começado no ano de 1600 e foi assumindo as proporções de um êxodo.

 

Durante a migração, os Tupinambás dividiram-se em três bandos. Os que se fixaram no Amazonas atingiram primeiramente o rio Madeira. Contudo, alguns conflitos com os espanhóis obrigaram-nos a emigrar novamente. Neste movimento atingiram a ilha dos Tupinambaranas,

 

Os Tupinambás mantiveram relações belicosas com os primitivos povoadores da região. Os Aratu, Apacuitara, Yara, Godui, Curiató, submeteram-se a eles. Segundo uma fonte consultada, o organização social dos Tupinambás ter-se-ia desenvolvido no sentido senhorial, ou seja, os povos ali encontrados eram seus vassalos e eles lhe pagavam tributos.

 

ATIVIDADES FEMININAS/MASCULINAS

 

 

 

ATIVIDADES FEMININAS

 

 

Todos os trabalhos de horticultura, desde o plantio até a semeadura eram de competência exclusivamente feminina. Participavam também com os homens da pesca, onde mergulhavam para apanhar o peixe apanhado por eles. Todas as operações da fabricação de farinhas era realizado pelas mulheres, assim como a preparação das raízes e do milho para fazer a salivação (esta realizada por índias virgens de 10 a 12 anos). A fabricação do azeite de coco, a fiação do algodão, a tecelagem das redes simples e cestas trançadas de junco e vime eram tarefas realizadas por elas. 

 

Também participavam da preparação do barro, necessário à produção de panelas, alguidares, os grandes potes para o caium, assim como a ornamentação e o envidramento. A domesticação de aves, cachorros, galinhas constituíam atividades femininas. Os serviços domésticos, que consistia na organização do lar, a manutenção dos dois fogos ao lado da rede do chefe da família e o abastecimento de água tudo era feito pelas mulheres.

 

Elas carregavam os filhos e todo o equipamento de caça, pois os homens precisavam ficar livres para defenderem-se a si próprios e a família em tal empreendimentos. Somente no período de gravidez evitavam os fardos muito pesados e as atividades árduas. Na guerra, eram elas que recolhiam as flechas para os guerreiros.

 

No parto, as mulheres ajudavam-se mutuamente. 

A depilação e a tatuagem dos homens pertencentes ao próprio lar, cabiam às mulheres que o constituíam.

 

 

ATIVIDADES MASCULINAS

 

 

Aos homens, eram entregues a lavoura já preparada. A caça era uma atividade exclusivamente masculina. A pescaria também era uma atividade deles. Fabricavam ainda as canoas, os arcos, as flechas, tacapes e seus adornos. Eram responsáveis pela obtenção do fogo e desempenhavam papel importante na construção da maloca.

 

O corte da lenha era realizada pelo braço forte do homem. Retinham ainda, os conhecimentos da fabricação das redes lavradas. Teciam cestos com folha de palmeira e com caniços sem nós.

 

Eventualmente, os homens auxiliavam as mulheres no parto. Além disso, os homens protegiam suas mulheres de modo permanente.

 

Texto pesquisado e desenvolvido por

 

ROSANE VOLPATTO

              

         

        

 

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